Escolher o acasalamento adequado entre cães é uma tarefa extremamente complicada e que exige muita dedicação por parte dos criadores de qualquer raça. Com o Golden Retriever não é diferente!
Para os leigos pode parecer muito simples produzir filhotes de uma determinada raça: basta cruzar um exemplar fêmea com um macho, correto? Errado!
A arte de criar cães vai muito além da escolha de um pai e mãe bonitos, quando levada a sério.
Quando um criador profissional cruza dois Goldens Retrievers, ele pesquisa a fundo o pedigree dos parentes deste cão, bem como suas características fenótipas e genótipicas.
Isso significa saber quais são as doenças mais comuns na linha de sangue e quais as qualidades e defeitos mais passados por cada cão e sua família.
No Brasil não são muitos os criadores que realmente levam o processo a sério.
Além da já tradicional checagem de displasia coxo-femural, outras são as doenças genéticas que deveriam ser avaliadas:
- Displasia coxo-femural
- Displasia de cotovelo
- Catarata
- Problemas cardíacos
Nos EUA temos a OFA que serve como um órgão validador de exames, emitindo pareceres oficiais e ainda tem uma base de dados aberta para consulta, onde é possível identificar o histórico do cão.
Essa informação porém é restrita visto que o proprietário do cão pode autorizar ou não que os resultados apareçam.
Para alguns cães, por exemplo, vemos anos consecutivos de laudos bons de catarata e depois nenhum registro para um determinado ano. Isso pode acontecer porque o cão falhou no último exame e o proprietário não quis mais apresentar o resultado. Ou simplesmente o cão não falhou mas o dono optou por não apresentar o resultado.
Por este motivo, mesmo tomando os históricos disponíveis como base podemos errar e tirar conclusões precipitadas.
Saindo do campo da saúde canina, entramos no campo do fenótipo e genótipo.
O fenótipo é aquilo que o cão é, como ele se apresenta, se é bonito ou não, por exemplo.
Já o genótipo carrega as informações hereditárias, o que o cão recebeu de seus ancestrais e o que ele passa adiante para seus filhos.
Mais uma vez são poucas as pessoas que dominam estes campos, mas o importante é entender que Goldens Retrievers com excelente fenótipo não necessariamente produzem bons filhotes porque o seu genótipo pode não ser dos melhores.
Quando vamos escolher uma fêmea e um macho para um acasalamento, precisamos ver não somente se os dois são belos mas como são seus irmãos.
É comum ver um cão de uma ninhada se destacar, porém seus irmãos serem todos medíocres. Isso indica um problema, já que geneticamente as chances são maiores de produzir filhotes medíocres.
Como eram os seus pais? Mais importante ainda: é muito recomendável analisar o histórico de filhotes destes cães. Isso é impossível num primeiro acasalamento de um Golden Retriever mas muito bom quando já teve algumas crias.
Assim é possível identificar quais características são mais comuns em seus filhotes. Quais pontos fortes ele passa? Quais pontos fracos?
Assim pode-se pesar as chances e escolher um casal adequado para gerar filhotes como você mais espera.
Mesmo assim a natureza não é uma ciência exata. Com isso, o mais importante é realmente pesquisar tudo, fazer todo o dever de casa possível e ainda sim contar com um pouco de sorte e uma mãozinha da mãe natureza!